FINALISTA

Vídeo brasileiro é um dos finalistas de concurso do YouTube

“Laços” é o único vídeo brasileiro entre os 20 finalistas escolhidos por um júri presidido pelo cineasta Jason Reitman (de “Obrigado por Fumar”) para o “YouTube Project: Direct”.

O concurso é promovido pelo site, em parceria com a HP e o estúdio Fox Searchlight, para descobrir os “melhores diretores de cinema que existem entre os usuários”.

O vencedor receberá um convite para participar de um festival de cinema nos EUA, com despesas pagas, além de US$ 5 mil e a possibilidade de ver seu vídeo sendo exibido na página principal do YouTube dos países participantes. O segundo colocado também ganhará US$ 5 mil (mas não irá ao festival) e o terceiro, US$ 2,5 mil.

A votação on-line termina no dia 9 de dezembro.

MEIO AMBIENTE É O CARALHO
(Enfim alguém na contra-mão da onda ecológica)

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Esses pessoal da ecologia, do meio ambiente, salve as baleias, são uns chatos. Eles quer impedir o pogresso do município.

Querem acabar com o turismo, com o comércio. Querem que a cidade fique sempre pequena. Mas eu vou passar por cima deles tudo. Eu posso até não ser uma pessoa instruída, mas nasci aqui, conheço todas as família. Por isso que eu já fui prefeito cinco vezes e ainda vou ser mais. Ano que vem, entra meu filho que eu já tô no segundo mandato. Mas depois eu volto.

Já expliquei tudo pro Junior. Primeiro, vâmo acabar com essa lei de prédio com menos de três andar. Antes, até dava. Mas o turismo tá crescendo, cada vez vem mais veranista pra passar o verão e a gente tem que agüentar receber todo mundo. Se não fosse esses pessoal que ficaram enchendo o saco pra tombar os morro, a gente dava um jeito de facilitar as construtora pra fazer mais uns condomínio.

Mas agora só dá pra crescer pra cima. Versiti, verfiqui… vestiliza… verti… Porra, crescer pra cima, fazer prédios mais alto. A culpa é desse pessoal da USP que vem pra cá botar coisa na cabeça dos pessoal, dessa turma daqui que é inguinorante que nem eu, só que fica falando esses negócio de meio ambiente, projeto de tartaruga, núcleo sei lá do quê. Núcleo é o caralho. Eu quero lá saber de tartaruga?

Eu quero ver é o dinheiro dos turista entrando, o comércio vendendo bem na temporada. Mas esses pessoal fica lá perturbando. Não pode som alto de noite, não pode treiler na praia, não pode carro entrar nas cachoeira. E os barzinho de noite? Como é que fica? Os turista gosta de música, de ouvir MPB ao vivo e beber cerveja. Aí esses pessoal verde não quer deixar. Só que eles vão ver que quem manda nessa porra é eu. Vou botar a guarda municipal, que foi eu que inventou, pra tomar conta das construção dos prédio novo.

E se vier meio ambiente, eu mando atirar. Se o povo votou ni mim, é porque eles apóia os meus projeto. Na Câmara não tem pobrema. Os vereador tá tudo comigo. Sou eu que pago eles, caralho. Eles tudo vai votar na lei que deixa construir os prédio. Depois não pode mais mudar. Vai ser lei municipal.

Mas esses pessoal da ecologia não desiste, e pode reparar: esses pessoal da ecologia é os mesmos que nadam pelado na praia, que usam tóxico. Eles é que agride as família do município, eles é que fica com AIDS espalhando pra todo mundo com esse negócio de homossexual. Pra mim, esse negócio de homossexual é todos viados. Construir condomínio nos morro não pode porque é do governo federal que não quer nem saber dos município. Mas construir prédio alto é da Prefeitura e dos vereador.

E eu vou construir mesmo, já até abri umas concorrência das empreiteira. Agora também não pode escolher quem vai fazer as obra. Tem que abrir concorrência. Eu até preferia que as firma particular fizesse as obra, mas elas ficam com medo desses pessoal da ecologia, do meio ambiente.

Só que eu não vou desistir, não. Vou fazer as obra com os recurso do município. Depois, quando os turista trouxer bastante dinheiro, todo mundo vai me agradecer, até o meio ambiente quando tiver ganhando dinheiro. São esses pessoal que vedem sanduíche na praia. Sanduíche natural, essas coisa de homossexual. E se os turista não vier, eles também não vende e fica tudo com AIDS, lá na Santa Casa, pedindo os coquetel que o Governo Federal manda. A Santa Casa tá lá, cheia de homossexual.

Não tem nem espaço pras família direitas. Antigamente só tinha um homossexual, que era o Eunápio, que nem era homossexual mesmo, era só bicha. O Eunápio servia porque ele fazia os concurso de miss, o carnaval, essas coisa de cultural. Agora tá cheio de homossexual viado pelas rua, abrindo salão de cabeleleiro. Junta tudo, os pessoal do meio ambiente, os pessoal da USP, os pessoal dos surfista, os viado e até os aluno do colégio. Vão tudo lá fazer passeata de bagunça só pra atrasar o pogresso.

Eles acha que são moderno, mas eles é é muito atrasado. Moderno é os prédio alto. Moderno é os turista que traz dinheiro pro município. Moderno é as obra que eu tô tocando pra fazer os estacionamento pros carro dos turista.
Esses pessoal do meio ambiente fala que eu sou ladrão, mas é tudo mentira. Eu tenho os meu terreno, as minha imobiliária, os meus posto de gasolina, os meus bares. Não preciso ficar roubando nada, porque eu já sou rico.

E o povo sabe disso, por isso é que sempre votam ni mim. É só vender uns terreno, uns apartamento pros turista, que eu já ganho dinheiro. Esses pessoal do meio ambiente gosta é de tumultuar. Eles fica tentando fazer impiche comigo, mas não adianta porque os vereador é tudo meu e os juiz também e eles sabe que eu não roubo, que eu só quero o pogresso do município.

Qualquer hora, eles vão me encher tanto, que aí eu não me candidato mais. Aí o município vai ficar tudo com esses pessoal homossexual do meio ambiente. Aí não vai vim mais turista e vai ficar todo mundo com uma mão na frente e outra atrás, cheio de tartaruga do núcleo dos pessoal da ecologia. Aí é que eu quero ver. Porque esses pessoal é muito chato. Não pode matar tartaruga, não pode matar lagosta, não pode matar até uns tipo de peixe com ova.

Quando eu não querer mais ser prefeito, até os índio vão voltar. Vai ficar todo mundo atrasado que nem índio, que fica dormindo lá no coreto da praça e a gente não pode nem mandar a polícia pra jogar creolina neles pra eles ir embora. Os pessoal da ecologia também tem essa mania de índio. Eles nem sabe que eu dei uns terreno que eu tinha pros índio fazer aldeia e não ficar na praça vendendo cesto e pedindo dinheiro, enchendo o saco dos turista.

Só que esse negócio de meio ambiente é só moda desses pessoal da ecologia. Depois que a moda passar, vocês vão ver, vai tudo ficar do meu lado de novo, porque eles sabe que eu sou bom pro município, que eu é que faço o pogresso, que deixo os pessoal construir as coisas deles sem mandar fiscal da prefeitura pra ver se as planta estão certa. Eu é que quebro o galho dos pessoal que quer abrir os treiler na praia sem banheiro.

Eu é que deixo os pescador pescar lagosta, tartaruga, essas coisa que o meio ambiente não deixa. Se não fosse eu, ia ter até onça no município. Ia ter até trombadinha, que eu boto no ônibus e mando pra longe. Se não fosse eu, o meio ambiente já tinha tomado conta de tudo.

TRAPPED
(Para quem tem paciência ou deseja perdê-la)

Comentário de Sabrina Fonseca

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“Rodrigo Roesler, membro honorário do Mondo Estudo e o meu, o seu, o nosso garoto que faz programas predileto, criou Trapped, um jogo excelente e viciante. Quando eu conto pro meu chefe que ele fez absolutamente tudo sozinho (tirando o tal do inglês que o Maestrini ajudou) entre um freela e outro, ele não acredita. E é tão bom que eu tive que parar quando estava com um abridor de garrafas, uma garrafa, uma chave, uma carta e um livro porque era hora de discutir com uma designer no trabalho, ligar pro man-with-van pra iniciar a mudança pra casinha nova e enviar um e-mail pro meu namorado decepcionado. Mal posso esperar pela 2a. e 3a. partes – mas que, se depender do curso que a minha vida real está tomando, terão que esperar por mim.”

PÃOZINHO CARO

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Em maior número nas grandes cidades, os outdoors e painéis de propagandas também podem ser vistos em várias partes de Santa Cruz do Rio Pardo.

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Mas quando se discute a percepção visual que os dispositivos causam nas áreas urbanas, as opiniões se dividem: se para uns as placas “enfeiam” a cidade, para outros trazem alguma informação relevante.

A EXPLORAÇÃO DOS FATOS

16/05/07 – QUARTA-FEIRA

Policiais e moradores vêem OVNI passar sobre campus universitário

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Um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) foi visto na madrugada de ontem por policiais militares, seguranças e moradores nas proximidades do campus universitário.
(mais)

Intima o ET

O ET não tem idéia da fria em que se meteu quando resolveu passar por Marília anteontem. Logo, logo ele vai estar intimado. Depois de laudos fabricados, B.O.s inventados, depoimentos montados durante anos de fugas, cheques fraudados e outros golpes, só falta mesmo culpar um ET para livrar a cara de todos.
(mais)

17/05/07 – QUINTA-FEIRA

“Bola de fogo” vista em Marília também é detectada em Bauru

A “bola de fogo” que cruzou o céu de Marília na madrugada de terça feira também foi vista em Bauru e anunciada ao Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), mantido pela Unesp da cidade. Mas não há qualquer informação técnica de explicação para o fenômeno. (mais)

18/05/07 – SEXTA-FEIRA

Astrônomo amador acha que OVNI é um rastro de meteoro

O astrônomo amador Walter Saia, que há pelo menos 12 anos se dedica à observação e estudos das estrelas e planetas, acredita que o OVNI (Objeto Voador Não Identificado) visto em Marília na madrugada de terça-feira, tenha sido um meteoro. Saia, que não presenciou o objeto, diz basear seu comentário nas descrições das testemunhas. (mais)

19/05/07 – SÁBADO

OVNI de Marília pode ser parte de foguete russo, indicam sites

O OVNI avistado em Marília na madrugada de terça-feira pode ter sido parte de um foguete russo Soyuz-U, lançado no último sábado da base Baikonur, no Cazaquistão, com carregamento para a Estação Espacial Internacional (ISS). (mais)

Bola de fogo foi vista no Rio Grande do Sul

Em Porto Alegre, o site clicrbs noticiava no dia 15 de maio, às 10h, “Bola de Fogo cruza o céu e desperta curiosidade em Porto Alegre”. A matéria mostra inclusive relatos idênticos às das testemunhas de Marília. (mais)

OVNI é relatado até na Finlândia

O portal Último Minuto, do IG, noticiou ontem, que na noite de terça-feira, uma bola de fogo de intensa luminosidade atravessou o céu da Finlândia, antes de explodir em cima da fronteira russo-finlandesa.
(mais)

20/05/07 – DOMINGO

Reentradas de foguetes são comuns, diz estudioso

Reentradas de foguetes na atmosfera terrestre, como o evento presenciado em Marília na madrugada de terça-feira, são comuns e ocorrem quase que anualmente sobre algum ponto do país.
(mais)

“Parecia avião em chamas”, diz morador

O OVNI (Objeto Voador Não Identificado) denominado por testemunhas como uma “bola de fogo” foi visto na madrugada de terça-feira por dezenas de testemunhas, incluindo policiais militares, frentistas, empresários e seguranças de uma universidade, nas proximidades do campus.
(mais)

A DISTINTA MENINA
RICHTHOFEN

Os bastidores de um dos maiores julgamentos de crimes dolosos do Brasil: regurgitação, evangelho de João, nazismo e Chico Xavier
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Por Rodolfo Viana

Naquela manhã de segunda-feira, de clima ameno de julho, o promotor Nadir de Campos Junior estava acompanhado de sua filha mais velha, Tainara, que tinha interesse em conhecer tanta gente famosa da televisão. Era incomum àquele homem da lei ter ao seu lado a filha enquanto realizava trabalhos do Ministério Público, geralmente burocráticos e sem muita atenção popular. Aquele caso, contudo, contava com um acompanhamento acirrado pela sociedade devido a sua atrocidade, e havia aberto as portas da grande mídia ao promotor. Tainara queria apenas desfrutar do sucesso do pai. Enquanto a menina se divertia no mundo do faz-de-conta da televisão, o pai amargava noites em claro, na ansiedade por aquele dia que, enfim, havia chegado.
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Mesmo insone, Campos Junior não transparecia abatimento e mantinha um ritmo agitado. Não era 9h ainda e o promotor já havia deixado a Rede Globo, onde fora entrevistado por Ana Maria Braga, e estava nos estúdios da Record, sendo interpelado por Britto Junior e Ana Hickman. A pauta daquelas entrevistas estava em todos os jornais, revistas, telejornais e sites de notícia do Brasil: o início do julgamento de Suzane Louise von Ritchtofen e de Daniel e Cristian Cravinhos.
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No ar, o promotor fez uma promessa. “A entrevista, transmitida ao átrio do Fórum e assistida inclusive pelos acusados, dava conta de um compromisso meu para com a sociedade: Suzane entraria no Fórum com roupa amarela, típica dos presidiários detentos que aguardam julgamento”, lembra Campos Junior, que acreditava que veria aquela jovem de 22 anos deixar as dependências do prédio, no último dia de peleja judicial, ainda nas mesmas roupas em tom amarelo. Trocaria de roupa apenas na penitenciária onde cumpriria pena. Assim como os irmãos Cravinhos, executores do plano arquitetado por Suzane, a menina bem nascida também seria vista pelos sete membros do júri, pelas oitenta pessoas contempladas a assistir o julgamento da platéia do tribunal, pelas três mil pessoas que aguardavam do lado de fora do Fórum e por toda a imprensa em trajes que remetem ao encarceramento, à culpa e à podridão da sociedade. Esta foi a promessa de Campos Junior, ao vivo.
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Compromisso assumido diante das câmeras, o promotor, em certo momento da entrevista, é interrompido por um telefonema. Alertado de que Suzane estaria passando mal, Campos Junior encerrou sua participação no programa e seguiu ao Fórum Criminal da Barra Funda, a 200 metros dali.

No Fórum, Campos Junior, geralmente de passos calmos e porte sereno, correu ao segundo andar, onde ficam as celas reservadas aos réus que aguardam julgamento. Rodeada por paredes verdes, grades e uma banca de advogados, estava Suzane. Havia malas e mudas de roupa, providencialmente trazidas por aqueles homens em paletós que buscavam sua absolvição. Toda aquela gente dava uma proporção menor aos 24 metros quadrados de cárcere. Campos Junior, no meio daquele universo todo, percebeu que o seu traje amarelo estava sujo. Pediu explicações.
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Uma das agentes penitenciárias que acompanhara Suzane da Penitenciária de Rio Claro, onde a moça aguardava julgamento, viu pessoalmente aquela menina loira, de traços delicados e educação supostamente refinada, levar o dedo à garganta e provocar o vômito. Suzane “vomitou na própria mão e espalhou pela roupa amarela de detento em dia de julgamento”, relata o promotor. A escatologia, que nas palavras de Campos Junior fora “uma manobra ardilosa”, buscava a distinção aos olhos do júri. Enquanto os irmãos Cravinhos entrariam na corte com as vestimentas de detento, o que implicaria culpabilidade em potencial, Suzane entraria em trajes normais, como se não estivesse ali acusada de ter orquestrado a morte dos pais.
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“Comuniquei o fato aos meus colegas de acusação – doutor Roberto Tardelli e doutor Alberto Zacarias Toron – e nós três chegamos à conclusão de que deveríamos fazer com que os irmãos Cravinhos trocassem de roupa também”, conta Campos Junior. No banco dos réus, os três estariam assim em posição linear, indistintos. Os irmãos Cravinhos, que também haviam visto o programa, ainda questionaram a possibilidade de se providenciar uma outra roupa amarela para Suzane. “Eles simplesmente queriam um julgamento justo”, aponta o promotor. Para conseguir outro traje, seria necessário adiar o início do julgamento, e a acusação temia que essa estratégia da defesa funcionasse. Suzane conseguiu, enfim, trocar de roupa e vestir-se casualmente. Adentrou ao palco do plenário do júri num moletom azul, mas em nada se distinguia dos irmãos, que estavam em calça jeans e camiseta branca. Não havia o que os diferenciasse ali: nem roupa, nem culpa.
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Suzane e seus advogados, em outros momentos no decorrer do processo, procuraram a distinção de várias formas. Não apenas pelos trajes, mas também pela ascendência. Sob o signo do estigma nazista, a defesa fez manobras calcando-se numa suposta interferência de ter sua cliente, uma ariana neta do aviador do Terceiro Reich alcunhado “Barão Vermelho”, acusada por um negro e um judeu. Eis que surge o “espírito negão”, como consta nos autos e na imprensa da época. “Numa pincelada jurídica, era uma estratégia para nos afastar do processo. A argumentação da defesa baseava-se no fato de haver um negro, no meu caso, e um judeu, no caso do doutor Toron, na acusação, o que poderia prejudicar o processo”, explica Campos Junior, que resume o resultado do estratagema em seis palavras: “a argüição da suspensão não colou”.
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O “espírito negão”, de fato, não colou. Assim como também não surtiu efeito outro espírito, este mais íntimo da acusada. A defesa, com a promessa de mostrar como evidência um documento-bomba, apresentaria uma carta psicografada por Chico Xavier. Quem subscreve o documento é uma das vítimas de Suzane, sua mãe, Marísia von Richthofen. “Na carta, a mãe supostamente pede aos jurados para que não a condene, pois ela se encontrava confortável no lugar onde estava e havia perdoado a filha por sua atitude”, conta Campos Junior. Não foi preciso exame grafotécnico para constatar a falsidade da correspondência além-mundo, e não por conta da letra feminina, o que ainda levanta suspeitas de que a própria Suzane tenha forjado o documento. Por um lapso, quem quer que tenha invocado o espírito de Marísia nas linhas da carta, foi infeliz: a data do documento era posterior à morte do médium. As tentativas da defesa foram tão conspícuas quanto pífias. Foram elefantes brancos concebidos pelas mentes quixotescas dos onze advogados de Suzane.
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A distinção no banco dos réus, tão almejada e tão distante da acusada, foi conseguida por seu cúmplice, com um simples gesto de Cristian Cravinhos. Depois de muito chorar diante da exposição incisiva dos promotores, Cristian pediu para ler a Bíblia. Buscava conforto em João, capítulo oitavo, que versa sobre a mulher adúltera, e que termina com um sugestivo “vai e não tornes a pecar”. Em prantos, o rapaz pede para falar com o promotor. Em conversa reservada, ele confessa ter mentido para os jurados, diz-se disposto a refazer seu depoimento e faz um pedido pouco comum: ficar segurando a mão de Campos Junior ao ser ouvido novamente. “Via de regra, é o advogado que consola seu cliente”, diz o promotor, que ali estava para acusá-lo, mas que não se negou ao pedido de Cristian.

Em contraste à atitude do rapaz, enquanto Campos Junior expunha à menina fotografias da cena do crime – corpos dos pais, sangue, massa encefálica –, Suzane ria. “Eu dizia a ela ‘olha aqui, essa é a pessoa que te deu de mamar, menina’, e a reação dela me assustava”, confessa. De fato, é de se assustar com o perfil da menina Richthofen. Há relatos de que, quando criança, Suzane matou cachorros poodle da família. Durante a sua puberdade, ela feria meninas da mesma idade. Teria sido quem introduziu drogas dentro de casa, ao irmão Andreas, quando ele ainda tinha onze anos, e o tratou com maconha até a data do crime. “É uma mente ardilosa”, reafirma Campos Junior, convencido da índole de Suzane.
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A decisão dos jurados, que pode parecer óbvia se considerados alguns elementos do decorrer do processo, de fato consagrou o trabalho de acusação. Mas foi por pouco: sobre a alegação da defesa de que Suzane fora coagida a participar dos assassinatos, dos votos dos sete jurados, o resultado foi quatro a três a favor do indeferimento da tese de coação moral irresistível. Por um voto, a indistinta menina seria absolvida. E Campos Junior viveria insone por mais algumas noites.

O ESPORTE MATA 3

GINÁSTICAS NECESSÁRIAS

POR DR. RÓIZ

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O exercício de flexionar vinte vezes diariamente a cabeça para trás corrige o excesso de flexões anteriores que a maioria das pessoas quase faz permanentemente. Para fortalecer os músculos da parte ínfero-posterior do tronco, deite de costas e eleve as nádegas, aproximando-as uma da outra cinqüenta vezes ao dia. (mais)

O ESPORTE MATA 2

DR. RÓIZ EXPLICA:

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Dos caros leitores da revista Caros Amigos, um baiano de Jequié, Lauro Xavier Neto, professor de educação física, concordou plenamente comigo, mas André Luiz Gomes de Araçariguama, SP, supõe que esporte nunca mata. Ao ler as duas críticas lembrei-me de uma entrevista que concedi ao programa Sem Censura, onde defendi a mesma tese: esporte mata.

Nesse mesmo dia foi entrevistado também o cantor Morais Moreira, tendo ele afirmado que não existe baiano burro. De fato, sempre morei aqui no Sudeste, mas já convivi com centenas de baianos e nunca notei deficiência em nenhum deles.

A afirmativa do outro caro leitor merece explicação. Até concordo com ele, que esporte nunca mata, mas somente quando se trata de longevo. Esta categoria de indivíduos costuma passar dos 85 anos, mesmo comendo “pedra moída” e tomando “sopa de tachinha” todos os dias. Creio que jamais escreveria o livro Esporte Mata se toda a humanidade fosse composta somente de longevos.

Mas, como a maioria não é longeva, está sempre sujeita a vários tipos de doença. Mas como o esporte mata? O mecanismo de ação desse tipo de morte merece ser esclarecido. Meu cunhado sofreu infarto aos 32 anos, jogando futebol de salão, mas não morreu porque deve ser meio longevo, isto é, sua expectativa de vida deve estar em torno de 75 anos de idade, porque seu pai faleceu com 76 anos e sua mãe com 74. A média de idade, nesse caso, é de 75.

Mas a medicina não é como as ciências exatas. Às vezes os pais morreram muito jovens, mas alguns dos filhos se tornaram longevos. Isso ocorre com alguma freqüência. Só não sabemos como pode acontecer. Outro amigo meu teve infarto fulminante aos 55 anos de idade, também jogando futebol de salão. Isso aconteceu porque sua genética deveria ser muito desfavorável.

No tempo em que o método de Cooper estava no auge, todo mundo corria todos os dias no calçadão de Copacabana e nas praças de quase todas as cidades. De vez em quando, um caía estatelado e era levado para o cemitério.
Esse tipo de morte se dá do seguinte modo: como o indivíduo não é longevo, isto é, como em seu organismo predomina o hormônio da supra-renal denominado glicocorticóide, cuja atividade é impedir a ação da insulina, que procura “limpar” o sangue, enviando para os tecidos o excesso de muitas substâncias, como a glicose, o ácido úrico, o colesterol, o LDL (colesterol “ruim”) etc. Nessas condições, todas essas substâncias tendem a aumentar no sangue.

O aumento de LDL determina o aparecimento de placas de ateroma nas artérias e o espessamento delas, diminuindo o calibre desses vasos e, conseqüentemente, a nutrição do próprio coração, que finalmente se obstrui e constitui o infarto.

Havendo na maioria das pessoas a predominância do glicocorticóide, é natural a freqüência do aparecimento do infarto. A prática de exercícios aeróbicos, como a corrida, a natação etc., irá antecipar muito esse desfecho, daí a razão de ser permitido dizer que esporte mata. A antecipação da morte está ligada ao esporte estressante.

Ora, se ele é dessa natureza, aumenta a produção dos dois hormônios do estresse: a adrenalina e o glicocorticóide. Portanto, se há aumento de produção de glicocorticóide, é de se esperar que aumente também o LDL no sangue e, conseqüentemente, haja maior espessamento das placas de ateroma.

Há muitos anos pedi a alguns jovens do Minas Tênis Clube que dessem alguns “tiros” na piscina para eu medir a pressão arterial deles antes e depois desse pequeno exercício. Notei que a pressão de alguns estava em 9/12, isto é, era uma pressão convergente, indicando que a capacidade do coração deles era aquém do normal.

Esses jovens, praticando esporte, estariam sujeitos a ter o que se chama de colapso, isto é, predispostos a ter uma parada cardíaca e morrer repentinamente. Aqui não entra aumento de LDL no sangue, formação de placa de ateroma e infarto.

O mecanismo é diferente, mas esporte mata. Esporte só não mata longevo, mas esse tipo de indivíduo pode ter infarto. Isso pode acontecer quando ele abusa da alimentação e fica com excesso de LDL no sangue. Sua insulina é mais eficiente, mas ele comeu demais e nem todo o excesso será enviado para os tecidos, ficando um pouco no sangue, para determinar formação de placa de ateroma, e um dia ele pode ser acometido de infarto, que geralmente não o mata.

Esporte só não mata longevo, mas a maioria das pessoas está sujeita a ser faturada por ele, principalmente nessa época de muita agitação em que vivemos. Atualmente há mais estresse do que há cinqüenta anos, isto é, a produção de glicocorticóide está muito aumentada na maioria das pessoas.

Muito cuidado, esporte mata!

Indivíduo muito musculoso geralmente tem mais força física. Mas não vá pensar que ele é também mais sadio e possa viver mais do que você. Isso não acontecerá nunca. Pelo contrário, ele tem menos saúde e viverá menos do que o indivíduo normal. A razão disso está na sobrecarga do coração do atleta para alimentar também todo o excesso de tecido que foi criado. Ele foi feito para ter músculos de dimensões normais.

A natureza jamais os faria hipertrofiado. Não faria porque, se os fizesse assim, estaria contrariando a si mesma, isto é, a perpetuação da espécie, pelo que ela sempre lutou. A aptidão atlética encurta a vida porque ela se liga ao excesso e todo excesso é causa de envelhecimento. Essa afirmação é outra maneira de dizer que esporte mata.

(José Róiz é médico e autor do livro Esporte Mata)

O ESPORTE MATA

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As ginásticas suecas surgiram no início do século 19. Na década de 30, ainda adolescente, fixei, no quintal de minha casa, uma barra metálica entre dois mourões para fazer exercício físico, com a intenção de desenvolver os músculos do tórax e dos membros superiores.

Naquela época, a medicina ainda estava engatinhando. Acreditava-se que apendicite era nó-nas-tripas e que indivíduo musculoso é mais sadio do que o que possui músculos normais.
Associaram ginásticas suecas aos jogos olímpicos e criaram uma escola, a de Educação Física. Essa denominação é imprópria, porque não se pode educar o físico, mas tudo é possível em época de muito atraso.

As escolas de educação física proliferaram em todo o país e tornou-se obrigatória em todos os colégios a freqüência às suas aulas. Mas os alunos não são submetidos a exames complementares para saber se estão em condições de fazer qualquer tipo de exercício físico.

Alguns ortopedistas fizeram pesquisa sobre problemas de coluna entre adolescentes de Belo Horizonte e constataram anormalidade em 8 por cento de 40.000 examinados, sendo o fato mais grave a incidência de escoliose a partir dos 10 anos de idade!

Jovem com problema de coluna vertebral jamais poderia fazer qualquer tipo de exercício físico. Deveria submeter-se somente aos que possam corrigir o defeito físico.

Deve ter sido a associação da beleza dos jogos olímpicos com o desenvolvimento muscular que encantou os professores de educação física. De fato, esses jogos estão cada vez mais bonitos. Por outro lado, continua crescendo a suposição de ser benéfica a evolução de qualquer força muscular.

Antes dos 25 anos de idade, isto é, antes do completo amadurecimento, todas as partes de nosso corpo crescem e se desenvolvem ao mesmo tempo. Dar preferência ao desenvolvimento muscular nessa fase acarretará atraso no desenvolvimento de todos os outros órgãos.

É claro que esse atraso não deve trazer sérios prejuízos, porém, o cérebro, por exemplo, possivelmente não deve ficar satisfeito de ser relegado a segundo plano, justamente pela parte menos importante do conjunto.

Se o desenvolvimento muscular se der depois dos 25 anos, isto é, quando começa o envelhecimento, o prejuízo para todo o organismo é muito grande.

Isso acontece porque, à medida que envelhecemos, aparecem as atrofias generalizadas, que têm por finalidade diminuir a sobrecarga do coração e permitir que ele continue nutrindo toda a parte restante com a mesma eficiência. O desenvolvimento muscular nessa fase determina atrofias mais acentuadas e envelhecimento precoce.

Não deve agradar ao coração nem o pequeno desenvolvimento muscular ao nível da região inguinal para reduzir hérnia nesse local. O desenvolvimento muscular no exercício aeróbico, como na corrida, por exemplo, implica um estresse físico.

Nas competições, a esse estresse se associa o estresse psíquico da expectativa do evento, o medo de ser derrotado e decepcionar os parentes e amigos. A maioria desses contendores é constituída de jovens e, por esse motivo, não aparece imediatamente o prejuízo causado pela prática do esporte.

Mas esses estresses, repetindo-se com muita freqüência, como geralmente acontece, causam enorme transtorno no organismo da maioria porque nela predomina o glicocorticóide sobre a insulina. O glicocorticóide, como se sabe, é um dos hormônios do estresse.

A humanidade se divide em duas categorias: longevo e não-longevo. Nos longevos deve predominar a insulina sobre o glicocorticóide, daí a facilidade que essas pessoas têm de enviar para os tecidos as diferentes substâncias orgânicas, o contrário do que acontece com a maioria, que é constituída de não-longevos.

Nestes, a dificuldade de nutrir os próprios tecidos deve prejudicar a formação de anticorpos e diminuir a resistência a todas as doenças, inclusive ao câncer, é claro.

Se naturalmente a maioria já tem dificuldade de nutrir todas as células de seu organismo, a prática de esporte só pode piorar essa situação e deixá-la em condições precárias. Não existe nada para contornar essa situação. A única solução seria abandonar o esporte e fazer longas caminhadas.

Todos os esportes são nocivos. Em Pará de Minas, minha cidade natal, estão construindo quatro ginásios poliesportivos. Que mal fizeram a Deus os jovens de minha terra para merecer esse castigo?

A intenção de levar os jovens a praticar esporte para afastá-los das drogas é o mesmo que prestar culto ao diabo para não ir para o inferno. Os privilegiados professores de educação física não sabem nada disso. Pelo contrário, para eles, esporte é vida e saúde.

Aqui no Brasil há Secretaria de Esporte em cada Estado e até Ministério do Esporte. Tenho um livro intitulado Esporte Mata! A Secretaria de Esporte procurou o distribuidor de meu livro e lhe disse que ele estava proibido de circular. Nas livrarias onde estava exposto à venda, o livreiro foi obrigado a recolhê-lo.

Recomendei ao editor fornecer gratuitamente o livro a quem estivesse interessado em sua leitura, mas a Secretaria de Esporte o impediu de fazê-lo, só que dessa vez não logrou êxito, pois o livro foi doado a algumas pessoas.

O professor de educação física pôs na cabeça dos jovens que o mais importante é competir. Assim, ele os mantém nessa roda-viva de gostar do que faz mal, com a intenção de não faltar à próxima olimpíada, conduzido por avião, hospedando-se em hotel cinco estrelas, levando, às vezes, um único atleta para competir e até se esquecendo de que aqui ficaram milhões de brasileiros passando fome.

Se o atleta sair vitorioso, será tocado nosso hino nacional em homenagem ao aluno aplicado e ao professor também, por que não? E, então, todos os brasileiros ficam sensibilizados. Inclusive os que estão com a barriga vazia? Tenho minhas dúvidas.

Fico muito angustiado quando vejo jovens jogadores de vôlei usando joelheira inútil, com a intenção de se proteger contra o impacto de todo o peso do corpo sobre o joelho, quando ele faz a impulsão para cortar e arremessar com muita força a bola ao chão, impedindo que o adversário a defenda.

Alguns clubes já estão forrando a quadra de vôlei com tapete de borracha, que só poderia oferecer alguma proteção se tivesse, no mínimo, 25 centímetros de espessura, mas, se ele tivesse realmente essa espessura, o jogador não poderia fazer nenhuma impulsão. Esse tapete é mais uma tapeação.

Assim, todos continuam cada vez mais enganados, acreditando que o mais importante é competir. De vez em quando um se destaca, como o da “jornada nas estrelas”. Mas é só. Nem poderia ser de outra maneira, pois o número de competidores é muito grande e o de vitoriosos, muito pequeno.
(José Róiz)

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